
Feminicídio bate recorde no Brasil, diz estudo
Na sequência das análises das crises que marcam este fim de ano no Brasil, o terceiro tema aborda uma triste chaga brasileira, que precisa de forma urgente ser combatida: o feminicídio. Em 2024, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015, apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No total, 1.492 mulheres foram vítimas, o que representa média de quatro mortes por dia. Ao longo do último ano, cerca de 37,5% das mulheres brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência, percentual que, projetado em números, corresponde a um contingente de 21,4 milhões de pessoas. Os dados são da quinta edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O New York Times tomou uma atitude radical, diante de mais um atentado em massa nos Estados Unidos. Pela primeira vez, desde 1920, publica um editorial na capa. O editorial, intitulado "The epidemic Gun", defende o controle de armas nos EUA, um tema frequentemente motivo de debates acirrados no meio político e acadêmico do país, e bastante controverso, em meio a uma onda "epidêmica" ou forte aumento dos fuzilamentos em massa ao longo dos últimos anos.
Duas informações que passam ao largo no meio da overdose de crise que ocupa as páginas dos jornais e os programas de TV, rádio, redes sociais, nos últimos dias, mostram que o esquema montado para saquear a Petrobras pode ser muito maior do que até agora sabemos e foi divulgado.
A crise moral e ética dos costumes no país, emblemática com a prisão de empresários, políticos, lobistas e até um banqueiro chegou às escolas, às salas de aula. De certo modo, a recente pesquisa Data Folha, que aponta a corrupção como o maior problema do país, corrobora essa percepção.
Escândalos como o vazamento da British Petroleum, nos EUA, o da carne de cavalo, na Europa, o da Petrobras, a tragédia da mineradora Samarco em MG e as recentes revelações sobre a Volkswagen levantam sérias questões sobre como se assegurar que as empresas não repitam os mesmos erros.
“Quando foi revelado que a VW tinha fraudado os testes de emissões, as pessoas ficaram chocadas. A fabricante de automóveis que havia se autodenominado campeã da responsabilidade social das empresas e tecnologias limpas, de repente não parecia tão ética."
Francisco Viana *
Uma era acabou no Brasil. A era da impunidade.
Com as prisões do senador Delcídio Amaral, líder do governo, e do banqueiro André Esteves, um dos 13 homens mais ricos do Brasil, segundo a revista Forbes, a Operação Lava Jato transborda da Petrobras e do universo das construtoras para os universos da política e das finanças. O poder desloca-se para o STF.
Francisco Viana*
"Queres que eu tenha medo. Esqueça!"(1), analisa a reportagem de capa do Der Spiegel, ao tratar dos atentados terroristas do Estado Islâmico na sangrenta sexta-feira 13, em Paris. O Le Monde Diplomatique foi ainda mais claro: “Sejam livres, isto é uma ordem”(2). A percepção, em ambos os casos, é clara: alçar o tema dos atentados que mataram mais de uma centena de pessoas ao debate entre a democracia e obscurantismo.
No Brasil, o leitor, ficou com a ideia – generalizada, essa é verdade – de que se trata de uma guerra entre terroristas e as forças da lei, quase que um duelo entre mocinhos e bandidos. Ou foi levado a crer num relativismo primário do gênero a França está pagando pelos erros do passado. Ou, o que é igualmente dramático, induzido a pensar que a esquerda europeia se encontra sitiada pela força do terror e não tem voz para reagir.









