´Ozempic natural´, vapes e outras trends que ameaçam a saúde pública
Isabela Pimentel*
É natural, pode usar’. Quantas vezes não vemos posts e conteúdos assim em nossos feeds?
A recomendação de produtos ‘milagrosos’ por perfis de influenciadores em algumas redes sociais não é novidade, mas vem crescendo e fazendo o tema ganhar destaque nas ‘trends’, ou seja, assuntos que se tornam virais nas redes e plataformas sociais. E isso inclui desde fórmulas até os chamados cigarros eletrônicos, tão populares entre influenciadores jovens.
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Desastres naturais são considerados um ‘cluster’ de crise pela ONU. Eles respondem por inúmeras tragédias, em todo o mundo, sobre as quais, mesmo a prevenção, o nível de desenvolvimento de um país ou região e a tecnologia não são suficientes para prever e controlar com um nível adequado de segurança. Esses fenômenos são destruidores e letais, tanto para países desenvolvidos da Europa, Oceania e América do Norte, quanto para regiões pobres da África, Ásia e América Latina. E acontecem em qualquer época.
Relatório das crises ocorridas em 2020*, elaborado pelo ICM – Institute for Crises Management*, dos EUA, mostra que o padrão de crises corporativas no ano passado foi totalmente alterado pelos efeitos da pandemia. Quando analisado por categoria, o ICM resolveu classificar como “catástrofes” 37,15% das crises ocorridas no ano, segmento amplamente impactado pelas consequências da Covid-19. O Instituto considerou que a Covid foi a chamada dominante das notícias sobre crises de 2020. Até mesmo os protestos nos EUA, desencadeados pela morte de George Floyd e as revoltas, que culminaram na derrota de Trump, são crises que acabaram se imbricando com a gestão da pandemia.
Armando Medeiros e João José Forni*
1 – A CPI na era da pós verdade, fake news e redes sociais
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia avança e já desvenda a inércia e a negligência oficiais no sentido de garantir sólidos suprimentos de vacina para o País. O relatório final já antecipa um nó de corrupção nas negociações e o fato de autoridades terem desperdiçado oportunidades de aquisição de doses que poderiam salvar vidas.
É uma CPI que ocorre no ambiente midiático diferente das investigações no Congresso Social que marcaram a história brasileira, como a CPI sobre as atividades de PC Farias, durante o Governo Collor, a dos Anões do Orçamento e, mais recente, no início dos anos 2000, a CPI dos Correios.
Dados vazados para um consórcio de organizações de notícias sugerem que vários países usam o Pegasus, uma poderosa ferramenta de ciberespionagem, para espionar ativistas de direitos humanos, dissidentes e jornalistas, além das próprias autoridades, entre elas o presidente da França, Emmanuel Macron. O New York Times repercute hoje a notícia que foi publicada nos últimos dias por vários jornais do mundo, alguns como The Guardian, Financial Times e Washington Post que fazem parte do consórcio que apurou e denunciou os vazamentos.
A área de transportes, compreendendo todos os modais que hoje poderiam incluir até viagens fora do espaço gravitacional da Terra, como aconteceu esta semana, nos EUA, é uma fonte de crises em todo o mundo. Embora o transporte aéreo seja atualmente um dos mais seguros, é também o segmento que causa maior impacto e comoção, quando envolvido em crises graves, principalmente acidentes com vítimas. O transporte terrestre, principalmente o rodoviário, é responsável por milhares de mortes anualmente, em todos os Continentes.
“No meu modo de ver, digo que o custo de uma vida humana não tem preço, ponto final, disse Andrew Cuomo, governador do Estado de Nova York, em 2020, quando pressionado pelas lideranças econômicas do estado, ou por empresários, de um lado, e pelos infectologistas e pessoal da Saúde, de outro.
“Enquanto tentavam desacelerar a disseminação da Covid-19 em 2020, os políticos tomaram medidas sem precedentes em termos de escala e escopo.” Imagens que vinham da Itália, com UTIs lotadas, comboio de caminhões carregando caixões das vítimas fatais da Covid e governos provinciais sem saber o que fazer, mostravam que não havia um consenso para essa crise.