
Feminicídio bate recorde no Brasil, diz estudo
Na sequência das análises das crises que marcam este fim de ano no Brasil, o terceiro tema aborda uma triste chaga brasileira, que precisa de forma urgente ser combatida: o feminicídio. Em 2024, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015, apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No total, 1.492 mulheres foram vítimas, o que representa média de quatro mortes por dia. Ao longo do último ano, cerca de 37,5% das mulheres brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência, percentual que, projetado em números, corresponde a um contingente de 21,4 milhões de pessoas. Os dados são da quinta edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
“A comunicação é um ativo importante para as organizações. Quem trabalha na área tem o dever de fazer uma comunicação proativa e evitar repercutir qualquer informação, antes de ser comprovada por meio das mídias tradicionais ou de fontes confiáveis. Dessa forma, nenhuma informação se fragiliza”, recomenda o professor João José Forni.
Teria o Brasil atingido o fundo do poço neste início de ano? “Muitas vezes, em crises graves, você não pode ver nenhuma luz no fim do túnel, porque seu foco está na escuridão”, diz Gisli Olafsson, no livro The Crisis Leader. Estaríamos nós tão decepcionados e céticos, que não estamos vendo nada além da escuridão?
As pandemias sempre geraram loucura política, mas as sociedades desenvolvem resistência a ambas, diz o historiador Niall Ferguson.*
Em um denso artigo, publicado na página de opinião da agência de notícias Bloomberg, o historiador e professor Niall Ferguson faz uma análise política do Trumpismo e o perigo da herança maldita do atual presidente americano, que chega ao fim do mandato tentando esticar a corda ao máximo, para manter o poder. Vale a leitura, pela similitude com personagens históricos tão perigosos e extremistas, que tentaram conquistar ou manter o poder pela violência, a mentira e o fanatismo.
Quem conhece um pouco de história, basta mencionar um ano marcante que a pessoa tenha vivenciado e, como um clique, o acontecimento vem à mente. 1918, 1929, 1945, 1989, 2001. São anos inesquecíveis na história. Gripe Espanhola; quebra da Bolsa de Nova York; fim da II Guerra Mundial; queda do Muro de Berlim; e atentado do 11 de setembro, nos EUA. Daqui a 20 ou 30 anos, quando se falar 2020, quem tiver vivido este período terá muito o que contar e lamentar. O ano que terminou em março (ou começou em março?), quando a pandemia chegou ao Brasil. Ou o ano que não irá terminar, enquanto os efeitos maléficos da pandemia persistirem. Todos que vivemos este tempo meio estranho, tão cedo não apagaremos esse estigma.
Chegamos ao fim do "pior ano de todos os tempos", segundo a revista Time. E com ele, a ameaça de as festas de Natal e Ano Novo se tornarem o estopim de uma nova onda de contágio do Coronavírus, como estamos assistindo agora nos EUA, após o tradicional feriado de Ação de Graças. É o que infectologistas, profissionais de saúde e autoridades sérias e comprometidas têm alertado nos últimos dias, no mundo todo. Na última semana, os americanos bateram o recorde diário de mortes, desde que a epidemia começou, em março. Foram 3.124 mortes na 4ª feira, dia 9 de dezembro. E 220 mil notificações de contágio. O jornal espanhol El País produziu um didático artigo com protocolos rigorosos para seguir, neste fim de ano, com o objetivo de evitar o contágio e, em consequência, o aumento de infecções, que irão pressionar os hospitais e as equipes médicas.
O jornal britânico The Times traz artigo na edição de hoje sobre o pioneirismo do Reino Unido em aprovar a primeira vacina contra o coronavírus. A reportagem não consegue esconder o viés político da aprovação pela agência reguladora do Reino Unido da vacina Pfizer-Biontech, a ponto de o primeiro-ministro Boris Johnson ter escorregado, numa entrevista à imprensa, insinuando que isso só foi conseguido graças ao Brexit. Ou seja, que a Inglaterra não dependeu da burocracia da União Europeia, “muito lenta”, em outro escorregão de ministro britânico. Mais tarde, ele teve que voltar atrás na infeliz declaração.









