celularA tecnologia facilitou muito a vida dos clientes e usuários de serviços das empresas. Mas a mesma tecnologia que favorece, por vezes pode ser uma ameaça à privacidade de pessoas e empresas.

Uma empresa financeira enfrentou nos últimos dias uma ameaça, que poderia redundar numa crise, que mostra bem o perigo das câmeras fotográficas e filmagem (leia-se celulares) na mão de pessoas inescrupulosas. Numa fila da empresa houve um desentendimento entre duas pessoas que esperavam para ser atendidas. Um espertinho pegou o celular e filmou os principais entreveros entre os dois clientes.

De posse das imagens, filmadas num recinto fechado sem autorização, ele ligou para a diretoria da empresa informando que havia filmado a briga e estaria disposto a entregar a um canal de TV, citando especificamente a Globo, se não tivesse atendidas suas exigências. Ele fez essa primeira abordagem para depois dizer o que estava querendo, provavelmente alguma recompensa em dinheiro para entregar o filme.

Qual a atitude da diretoria de uma empresa vítima dessa chantagem? A pior decisão seria aceitar a ameaça do indivíduo, entrar em pânico e atender suas exigências.

Primeiro, porque briga em filas é algo bastante comum. Se a briga viesse a público, a empresa iria explicar, com os argumentos que tivesse. Então, não teria problema vazar as imagens, embora o veículo de comunicação, caso fosse publicar as imagens, provavelmente iria procurar a empresa para pedir autorização e saber qual a versão. A empresa explicaria o que aconteceu, já que a briga em si foi resolvida e ninguém saiu prejudicado.

A resposta para o chantagista deveria ser: pode entregar, não tem problema, nossa relação com a imprensa é transparente e tranqüila, nada temos a temer. Muito provavelmente ele não entregaria ou a imprensa não se interessaria pelas imagens, devendo até ser alertada (no caso a TV Globo) pela empresa sobre a ameaça do cidadão. Mais um argumento para que as imagens não fossem acatadas.

O ensinamento, no caso, é que a empresa em geral não pode ficar refém de criminosos ou espertos que utilizam expedientes desse tipo para pressionar as organizações. É bastante célebre o case de crise
considerado exemplar da Nestlé. Há alguns anos, no Brasil, ela não aceitou ficar refém de um criminoso que ameaçou envenenar o conteúdo de latas de leite em pó fabricadas pela Nestlé. A empresa, além de não aceitar a chantagem, comunicou às autoridades e à população que estava sendo vítima de um criminoso. Resultado: o chantagista desapareceu. Pelo que se sabe, não foi a primeira vez que essa empresa foi vítima de chantagem.

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