Problemas de gestão e ações judiciais lideraram as crises em 2024
Problemas de gestão lideraram as crises corporativas de 2024, no mundo, diz o Relatório Anual de crises do Institute for Crisis Management-ICM, dos Estados Unidos, liberado dia 30/06/25. Essas crises representaram 21,48% de todos os registros constantes na mídia no ano passado, que, segundo o Relatório, chegaram a 1 milhão 134 mil casos.
“Esta categoria voltou com força total no relatório deste ano, um número não visto desde 2018", diz o Relatório. Durante os anos de pandemia de 2020 a 2023, os erros de gestão não apareciam com alta incidência no levantamento anual do ICM, disfarçados ou minimizados pela gravidade dos efeitos da Covid-19. Um dos motivos pelo qual esse índice caiu na pandemia foi porque o ICM considerou a tragédia ocasionada pelo vírus da Covid-19 como ‘catástrofe’, o que elevou sensivelmente o percentual dessa crise.
Leia mais...15 de setembro de 2008. Ninguém, pelo menos do mundo financeiro, esquece essa data. No calendário gregoriano sinaliza a quebra do banco americano Lehman Brothers. Mas tem outros significados. Simboliza o sinal para o mundo de uma crise grave que vinha amadurecendo e se agravou a partir daquele mês. Essa concordata acabou disparando a sirene que anunciava uma crise de uma dimensão verdadeiramente global.
Francisco Viana
Por muito que se deseje imaginar o contrário, os tempos de crise vieram para ficar. E, por mais que se tente prevenir, todas as empresas, cedo ou tarde, vivenciarão uma crise. A questão não é, portanto, se manter a margem das crises, mas como se poderá geri-las e superar seus muitos impactos negativos. Ou, na pior das hipóteses, estar preparado. Se as crises não ocorrem, ótimo.
Em quanto tempo deve-se dar resposta a uma situação de crise? Duas horas? Uma hora? Quinze minutos? Há alguns anos, quando só a mídia tradicional tinha importância e monopolizava opinião, a resposta às crises podia esperar horas. Nas revistas semanais e em alguns jornais, até dias. Não havia Internet, a repercussão era lenta e o público demorava a formar opinião sobre uma crise.
O país enfrenta uma grave crise econômica, que só os otimistas da Esplanada dos Ministérios fingem não enxergar. Como disse o jornalista Cristiano Romero, do Valor Econômico, "Estamos no pior dos mundos: crescimento baixo, inflação alta, real desvalorizado e juros altos".
Há pelo menos dois meses, a multinacional Siemens tem aparecido na mídia no bojo de um imbróglio envolvendo o governo de São Paulo, desde os anos 1990. O escândalo que colocou a empresa nas manchetes se refere à formação de cartel em licitações no Metrô de São Paulo e outros estados, em fraudes de cerca de R$ 500 milhões, com contratos firmados entre 1998 e 2008.
Pesquisa feita com parte dos CEOs das 500 maiores empresas dos EUA mostra que somente 32% dos executivos têm pelo menos uma conta nas redes sociais. Portanto, 68% não tem presença alguma. Surpresa? Não. A pesquisa apenas corrobora dados de outras sondagens mostrando que os executivos top têm extrema dificuldade de lidar com as novas tecnologias, principalmente redes sociais.