A medicina no Brasil em estado de crise
Pode ser apenas uma impressão. Ou uma percepção que acaba formando o que chamamos de reputação. Mas a quantidade de erros médicos em clínicas e hospitais; as queixas de pacientes que não conseguem atendimento no SUS ou pelo próprio plano de saúde para cirurgias; a série de denúncias contra profissionais que se passam por médicos, apenas porque fizeram um curso de curta duração e já saem clinicando; assédios e até estupros cometidos por profissionais da área, tudo isso mostra que a saúde no Brasil, particularmente em relação aos médicos, está bem doente.
15 de setembro de 2008. Ninguém, pelo menos do mundo financeiro, esquece essa data. No calendário gregoriano sinaliza a quebra do banco americano Lehman Brothers. Mas tem outros significados. Simboliza o sinal para o mundo de uma crise grave que vinha amadurecendo e se agravou a partir daquele mês. Essa concordata acabou disparando a sirene que anunciava uma crise de uma dimensão verdadeiramente global.
Francisco Viana
Por muito que se deseje imaginar o contrário, os tempos de crise vieram para ficar. E, por mais que se tente prevenir, todas as empresas, cedo ou tarde, vivenciarão uma crise. A questão não é, portanto, se manter a margem das crises, mas como se poderá geri-las e superar seus muitos impactos negativos. Ou, na pior das hipóteses, estar preparado. Se as crises não ocorrem, ótimo.
Em quanto tempo deve-se dar resposta a uma situação de crise? Duas horas? Uma hora? Quinze minutos? Há alguns anos, quando só a mídia tradicional tinha importância e monopolizava opinião, a resposta às crises podia esperar horas. Nas revistas semanais e em alguns jornais, até dias. Não havia Internet, a repercussão era lenta e o público demorava a formar opinião sobre uma crise.
O país enfrenta uma grave crise econômica, que só os otimistas da Esplanada dos Ministérios fingem não enxergar. Como disse o jornalista Cristiano Romero, do Valor Econômico, "Estamos no pior dos mundos: crescimento baixo, inflação alta, real desvalorizado e juros altos".
Há pelo menos dois meses, a multinacional Siemens tem aparecido na mídia no bojo de um imbróglio envolvendo o governo de São Paulo, desde os anos 1990. O escândalo que colocou a empresa nas manchetes se refere à formação de cartel em licitações no Metrô de São Paulo e outros estados, em fraudes de cerca de R$ 500 milhões, com contratos firmados entre 1998 e 2008.
Pesquisa feita com parte dos CEOs das 500 maiores empresas dos EUA mostra que somente 32% dos executivos têm pelo menos uma conta nas redes sociais. Portanto, 68% não tem presença alguma. Surpresa? Não. A pesquisa apenas corrobora dados de outras sondagens mostrando que os executivos top têm extrema dificuldade de lidar com as novas tecnologias, principalmente redes sociais.