Problemas de gestão e ações judiciais lideraram as crises em 2024
Problemas de gestão lideraram as crises corporativas de 2024, no mundo, diz o Relatório Anual de crises do Institute for Crisis Management-ICM, dos Estados Unidos, liberado há duas semanas. Essas crises representaram 21,48% de todos os registros constantes na mídia no ano passado, que, segundo o Relatório, chegaram a 1 milhão 134 mil casos. Segundo o documento, “Esta categoria voltou com força total no relatório deste ano, um número não visto desde 2018". Durante os anos de pandemia de 2020 a 2023, os erros de gestão não apareciam com alta incidência no levantamento anual do ICM, disfarçados ou minimizados pela gravidade dos efeitos da Covid-19. Um dos motivos pelo qual esse índice caiu na pandemia foi porque o ICM considerou a tragédia ocasionada pelo vírus da Covid-19 como ‘catástrofe’, o que elevou sensivelmente o percentual dessa crise. Neste ano, o Instituto desconsiderou classificar os casos de HIV na categoria anterior.”
O ano que passou vai ser sempre lembrado como aquele em que o Brasil, sem dar a importância que a História merece, perdeu um dos bens mais preciosos que possuía: o acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro. No dia 2 de setembro, sem ainda se saber como, o histórico prédio do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, pegou fogo. Sem um sistema de alerta e nem equipamentos básicos anti-incêndios, que qualquer museu do mundo possui, a negligência e o desprezo pelo acervo que lá repousava levaram a essa desastre irreparável.
Aconteceram muitas crises no Brasil, ano passado. Mas quando, numa retrospectiva, nos debruçamos sobre as piores crises que ocorreram no país durante 2018, certamente duas sobressaem: a greve dos caminhoneiros, que literalmente parou o país. E o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. A greve dos caminhoneiros começou devagar, como se eles tivessem testando o governo para ver se a corda poderia espichar mais. Ao perceber a fragilidade do governo em negociar e conter os abusos, os caminhoneiros perceberam que ali estava uma oportunidade de mostrar força. E foi o que aconteceu.
O fato foi revelado na semana passada. O jornalista Claas Relotius, da revista alemã Der Spiegel foi demitido, após um colega e a revista descobrirem que várias reportagens famosas, de sua autoria, eram “fake news” ou “fake stories”, pura fraude. O jornal britânico The Guardian, de 19/12/18, em artigo de Kate Connolly conta como repercutiu na redação da revista alemã a descoberta dessa fraude.
Hoje conheceremos o primeiro caso de 2018, que incomodou uma multinacional poderosa, a partir do momento em que o produto caiu nas redes sociais, ao ser utilizado como uma espécie de desafio por jovens e adolescentes. O Tide Pod*, uma pequena barra de sabão de limpeza da Procter & Gamble, expôs a empresa no início de 2018, quando muitas pessoas, principalmente jovens, e até crianças, lançaram o que chamaram Tide Pod Challenge.
O ano de 2018 vai se notabilizar pela quantidade de crises envolvendo marcas, algumas poderosas. No exterior, quanto no Brasil, foi um ano difícil, principalmente porque não houve um mês sequer sem que uma grande crise ocupasse o espaço nobre na mídia. De atentados a acidentes; de desastres naturais, cada vez mais violentos e vultosos, até erros de gestão, como no incêndio do Museu Nacional, do Rio, quanto em multinacionais e na gestão pública; muitas decorrem de falhas em produtos e na prestação dos serviços. Ou seja, crise foi o que não faltou em 2018.
O Facebook diante da própria crise. O gigante das redes sociais viu a reputação abalada no fim do ano passado, quando se descobriu que milhões de informações dos usuários haviam sido roubadas por hackers que tentaram interferir nas eleições americanas e de outros países usando a vulnerabilidade do Facebook.