A crise dos Correios repete erros do passado
O que aconteceu com os Correios? Houve época – acreditem – em que as pesquisas que apontavam as instituições de maior credibilidade do país, mostravam no topo, tradicionalmente, os bombeiros, a Igreja e os Correios. Em 2002, pesquisa da FIA/USP sobre confiança das instituições brasileiras, colocava os Correios em segundo lugar, com 93% de aprovação, atrás apenas da “família”, com 94%. Manteve essa reputação mais alguns anos, mas já enfrentando crises graves.
*Editorial conjunto de cinco jornais europeus
"Os assassinos de Paris dispararam contra o coração de nossas liberdades individuais e coletivas. Este crime reforça a certeza de que é necessário lutar contra a ignorância, o obscurantismo e o fanatismo religioso, neste caso praticado pelo islamismo radical, provável responsável pelo último crime. Portanto, frente aos corpos mutilados do diretor do semanário Charlie Hebdo, de seus principais desenhistas e policiais assassinados friamente, devemos renovar com mais firmeza do que nunca a decisão de continuar trabalhando pela causa da democracia.
Francisco Viana *
Foi um crime bárbaro, chocante e cruel como todos os crimes. Mas esse atentado contra a redação do Charlie Hebdo precisa ser olhado de muito, muito, perto. Primeiro, porque fere a liberdade de todos de dar boas risadas, sobre qualquer tema. Não é por ser um líder político e religioso, por mais expressivo que seja, que não pode ser alvo de uma sátira ou uma ironia.
Um atentado como o acontecido ontem em Paris, com a morte de 12 pessoas numa redação, causa uma comoção, naturalmente. Mas o ataque à revista satírica Charlie Hebdo tem um componente especial. Os terroristas já haviam assassinado jornalistas, com fuzilamentos e até degolamentos gravados e divulgados pela Internet. Nunca, porém, tinham ousado tanto: invadir uma redação em pleno horário de funcionamento e fuzilar uma equipe inteira. Foram dois policiais e 10 profissionais ou convidados do jornal.
O atentado contra a redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas, entre elas dois policiais e quatro cartunistas da revista, é mais uma bárbara agressão à liberdade de expressão. Os atiradores, pelo menos dois, conforme testemunhas, fortemente armados e conhecedores da rotina da revista, chamaram os cartunistas pelo nome durante a reunião de pauta e atiraram. O diretor de redação da revista, Charlie Hebdo, está entre os mortos. Pelo menos 11 pessoas foram feridas.
O incêndio ocorrido no fim de semana no Ferry Boat Norman Atlantic, na trajeto da cidade grega de Patras para o porto de Ancona, na Itália, pelo Mar Adriático, transformou a viagem num verdadeiro inferno.
Se 2008 será lembrado como o ano da crise econômica mundial, que derrubou bolsas, quebrou bancos e gerou desemprego em massa na Europa, Estados Unidos e outros países, 2014 ficará marcado como o ano da crise no Brasil. O país fracassou na economia, na política, no esporte, principalmente futebol, na segurança e na saúde. Sem falar no quesito da ética, ferida de morte pelo escândalo da Petrobras, talvez o maior caso de corrupção da história do país.