Em crise existencial, universidades começam a enfrentar a ameaça do ChatGPT
O uso da IA – Inteligência Artificial na elaboração de trabalhos e pesquisas nas universidades é um tema que tem suscitado discussões e dúvidas no ambiente acadêmico e na gestão da educação. Ele coloca em xeque o modo de produção do material científico elaborado por alunos e professores, que pode ser produzido a partir de um robô, em questão de minutos. Como avaliar teses, dissertações ou projetos produzidos na era do ChatGPT? Como saber até onde o trabalho acadêmico tem o dedo do autor ou o clique do robô? O jornal britânico The Times, na edição de 24/05/25, aborda esse tema extremamente controverso, que já está na pauta de muitas universidades e centros de pesquisa em todo o mundo. O artigo provoca reflexão e um debate que em algum momento todas as instituições de ensino deverão fazer, inclusive no Brasil. Destacamos os principais tópicos do artigo.
"Assumo total responsabilidade. Eu preferiria morrer a ser testemunha de um acidente semelhante”. (Brigadeiro-general Amir-Ali Hajizadeh, comandante da seção aeroespacial da Guarda Revolucionária iraniana).
Por trás das grandes crises, quase sempre há um “erro humano”. Assim a teoria de gestão de crises classifica os graves problemas que afetam as organizações, quando provêm de decisões humanas equivocadas. Após três dias de controvérsias sobre as causas do acidente, que derrubou o avião da Ukraine Airlines, com 176 pessoas a bordo, em Teerã, na 4ª feira, o comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária do Irã reconheceu que o avião foi atingido por um míssil de defesa, culpando o “erro humano” e o "aventureirismo americano" pelo acidente. Ele apenas confirmou o que desde o início autoridades americanas e canadenses já tinham insinuado, após informações da inteligência dos dois países.
A queda do Boeing 737, voo PS752, da Ukraine Airlines, em Teerã, na última 4a feira, quando decolava, no momento em que o Irã atacava bases americanas no Iraque, agravou um cenário da aviação, que não consegue se livrar da crise, principalmente nos últimos dois anos. O voo Teerã-Kiev tinha acabado de decolar do aeroporto iraniano. Após atingir cerca de 2.400 metros, aparentemente o avião pega fogo, tenta uma inflexão para a esquerda, numa tentativa de voltar, mas logo em seguida explode e cai em pedaços.
O ano de 2019 se despediu sob o estigma das “fake news”. Comandado pelo presidente da maior potência econômica do mundo, o termo “fake news” foi vulgarizado, sob o argumento de que tudo que não for “bom para mim” ou para “meu governo”, trata-se de "fake news". Com isso, confundindo a cabeça dos leitores, até a mídia começou a entrar em parafuso. E chegamos a 2020, um ano de eleição no Brasil, desconfiados de que isso vai piorar. Vai ficar difícil distinguir o que é verdade e o que é notícia falsa? Dependerá muito de quem produz a notícia e de quem a dissemina.
No Brasil, se ocorresse uma pesquisa, mesmo para quem não é do ramo, sobre a pior crise corporativa de 2019, certamente a indicação recairia sobre a mineradora Vale. Nenhuma crise, por mais deletéria e mortal que tenha sido, como o incêndio no CT Ninho do Urubu, do Flamengo, em fevereiro, que matou 10 adolescentes e feriu outros três; nem mesmo a Escola Professor Raul Brasil, em Suzano-SP, que sofreu um ataque de dois alunos com arma de fogo, resultando na morte de 5 estudantes e 2 funcionários, além de ter causado ferimentos em outros, nenhum desses dois lamentáveis acontecimentos superaria a grave crise que atingiu a mineradora Vale, em janeiro de 2019.
Quando um ano chega ao fim, muitas empresas fazem balanços, reuniões de planejamento estratégico, analisam o que foi feito no exercício que se encerra e projetam o próximo ano. No Brasil, 2019 do ponto de vista da gestão, algumas organizações tiveram verdadeiros pesadelos. O ano iniciou com uma das maiores tragédias humanas, ambientais e materiais do país. Em 25 de janeiro, a Barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho-MG, se rompeu, matando 255 pessoas e deixando 15 desaparecidos. No seu rastro, destruição de casas, plantações, animais, poluição de rios, córregos e tudo que estivesse no curso do rompimento.
A consultoria PricewaterhouseCoopers - PwC acaba de divulgar um abrangente e detalhado trabalho de pesquisa sobre crises corporativas, intitulado "Preparação para a crise como uma vantagem competitiva". A base da pesquisa, realizada em 2019, foram 4.500 cases de 2 mil empresas aproximadamente. Nessa primeira pesquisa de crise global da PwC, foram ouvidos 2.084 executivos seniores em organizações de todos os tamanhos, em 25 setores e em 43 países – 1.430 dos quais haviam passado pelo menos por uma crise nos últimos 5 anos, para um total de 4.515 crises analisadas no geral. Segundo o artigo, "o que descobrimos é uma mudança de jogo."