Fórum Econômico aponta os riscos globais para os próximos anos
“As forças estruturais de várias décadas destacadas no Relatório de Riscos Globais do ano passado – aceleração tecnológica, mudanças geoestratégicas, mudanças climáticas e bifurcação demográfica – e as interações que elas têm entre si continuaram sua marcha adiante. Os riscos resultantes estão se tornando mais complexos e urgentes, e acentuando uma mudança de paradigma na ordem mundial caracterizada por maior instabilidade, narrativas polarizadas, confiança erodida e insegurança. Além disso, isso está ocorrendo em um pano de fundo onde as estruturas de governança atuais parecem mal equipadas para lidar com riscos globais conhecidos e emergentes ou combater a fragilidade que esses riscos geram.”
Leia mais...O jornal britânico The Times traz artigo na edição de hoje sobre o pioneirismo do Reino Unido em aprovar a primeira vacina contra o coronavírus. A reportagem não consegue esconder o viés político da aprovação pela agência reguladora do Reino Unido da vacina Pfizer-Biontech, a ponto de o primeiro-ministro Boris Johnson ter escorregado, numa entrevista à imprensa, insinuando que isso só foi conseguido graças ao Brexit. Ou seja, que a Inglaterra não dependeu da burocracia da União Europeia, “muito lenta”, em outro escorregão de ministro britânico. Mais tarde, ele teve que voltar atrás na infeliz declaração.
O mundo se tornou muito estranho e ameaçador para a civilização, neste ano de 2020. Até certo ponto, um lugar esquisito, nublado e vazio. Se, como dizia Guimarães Rosa, “viver é muito perigoso”, neste ano, tudo ficou pior; muito difícil relaxar, viver normalmente, até tomar sol e aproveitar a natureza e tantas coisas boas que a vida nos proporciona.
Viver com medo, em estado de alerta não é nada bom. Se há uns dois anos, pelo menos, alguém ousasse prever que teríamos sério risco de nos surpreender em 2020 com uma grande catástrofe, o que iríamos cogitar? Talvez um desastre natural, ou uma grave problema climático, ou até o terrorismo. Mas algo que impediria as pessoas de viajar, de se encontrar, se abraçar, se locomover de um lugar para o outro, sem medo; de sequer sair à rua, como aconteceu praticamente em todo o mundo, como poderíamos pensar? Certamente atribuiríamos essa previsão a um delírio. Só imaginado por um roteirista de um filme-catástrofe.
O Brasil ficou chocado, semana passada, pelas agressões estúpidas e covardes a um cliente negro do Supermercado Carrefour, em Porto Alegre, cometido por dois seguranças brancos. O violento ataque, que resultou em assassinato, foi filmado e divulgado à exaustão. Não houve no país quem não se revoltasse com as cenas, principalmente porque o ato foi cometido como se fizesse parte de um ritual, sem intervenção por parte do gerente da filial, da fiscal, que circulou ao redor do “ringue”, e de outros empregados uniformizados que se juntaram à plateia, como coadjuvantes. Nenhum outro empregado ou cliente interveio, até porque a fiscal ainda tentou constranger um cidadão que filmava o assassinato. Até o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, achou as imagens "insuportáveis".
Ana Negreiros e João José Forni*
A escuridão do Amapá ilumina a falta de processos preventivos de crise no Brasil. Noites e dias escuros. Fornecimento de água paralisado. Bancos fechados e caixas eletrônicos desligados. Postos de combustíveis racionando gasolina. Comidas jogadas no lixo. Sensação de impotência e medo. Na escuridão, aconteceram saques e vandalismo. O cenário descrito é o vivido há uma semana por cerca de 90% da população do Amapá, aproximadamente 765 mil pessoas. Cenas de um filme “noir”.
“Faltando apenas alguns dias para uma eleição histórica, nosso trabalho neste mês se concentrou em entender e combater a desinformação e apoiar jornalistas na missão extremamente importante de educar o público sobre os procedimentos eleitorais. Recente relatório de pesquisa do Professor Matthew Baum e seus colegas, em pesquisa de 50 estados sobre as atitudes do público, revela que as diferenças na intenção de votar pelo correio podem atrasar os resultados eleitorais em estados-chave. O despacho do professor Tom Patterson, Election Beat 2020, adverte os leitores de como a reportagem sobre os resultados das eleições pode ser prejudicada por um julgamento precipitado, e como as organizações de notícias podem se tornar propagadoras da desinformação. O Washington Post também publicou artigo sobre o papel dos jornalistas na promoção da confiança nas eleições de 2020.”
O incêndio no Hospital federal de Bonsucesso, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, é simplesmente a reprise piorada do filme a que assistimos, em setembro de 2019, quando o Hospital Badim também pegou fogo, na mesma cidade.
Lá, naquele caso, o fogo teria iniciado num gerador no subsolo, o que provocou intensa fumaça tóxica e obrigou o hospital a retirar os idosos que estavam na UTI, bem como outros pacientes de risco. O problema maior no Hospital Badim foi não ter qualquer tipo de alternativa ou treinamento para enfrentar um incidente no subsolo, o que teria amenizado as consequências da fumaça do incêndio que invadiu o prédio.