Problemas de gestão e ações judiciais lideraram as crises em 2024
Problemas de gestão lideraram as crises corporativas de 2024, no mundo, diz o Relatório Anual de crises do Institute for Crisis Management-ICM, dos Estados Unidos, liberado há duas semanas. Essas crises representaram 21,48% de todos os registros constantes na mídia no ano passado, que, segundo o Relatório, chegaram a 1 milhão 134 mil casos. Segundo o documento, “Esta categoria voltou com força total no relatório deste ano, um número não visto desde 2018". Durante os anos de pandemia de 2020 a 2023, os erros de gestão não apareciam com alta incidência no levantamento anual do ICM, disfarçados ou minimizados pela gravidade dos efeitos da Covid-19. Um dos motivos pelo qual esse índice caiu na pandemia foi porque o ICM considerou a tragédia ocasionada pelo vírus da Covid-19 como ‘catástrofe’, o que elevou sensivelmente o percentual dessa crise. Neste ano, o Instituto desconsiderou classificar os casos de HIV na categoria anterior.”
A crise envolvendo o banco britânico HSBC, que estourou na semana passada, agora também arranha a mídia. Um jornalista do Daily Telegraph pediu demissão e acusou o jornal britânico conservador de ter censurado informações sobre o banco HSBC, com o objetivo de manter o importante anunciante. Em um artigo publicado nessa terça-feira (17) no site Opendemocracy.net, Peter Oborne explica seu gesto relatando vários episódios de censura de informações sobre o gigante bancário.
A filha do presidente da Korean Airlines foi condenada nesta semana a um ano de prisão, quando um Tribunal a considerou culpada por um incidente a bordo de um avião da empresa comandada pelo pai, em Nova York. Ela se irritou com o modo como lhe serviram nozes na primeira classe da companhia.
Que as crises são ameaças às empresas, aos governos, à reputação pessoal, todos sabemos. Mas as crises não necessariamente precisam destruir uma organização ou corroer o que resta de credibilidade numa marca. Quando ocorrem, até mesmo aquelas que poderiam surgir por acontecimentos inesperados, se bem administradas, podem acabar fortalecendo a organização.
A Grécia acaba de dar uma guinada à esquerda, cansada dos últimos anos de arrocho, desemprego, restrições de crédito e até fome. Sim. Reportagem do The Times, de Londres, publicada na semana passada, mostra como a crise econômica castigou um dos países mais charmosos do mundo, berço de uma cultura clássica milenar. Como cultura, história e paisagens paradisíacas não resolvem crise econômica e financeira, o povo grego, como sempre, se tornou vítima de governantes incompetentes, modelo econômico falido e gastos públicos exorbitantes.
Há dois anos ocorria a segunda maior tragédia nacional numa casa de espetáculos. A morte de 242 jovens, a maioria estudantes universitários, chocou o país e revelou como a vida humana é pouco valorizada quando se junta ganância empresarial, irresponsabilidade, omissão e incompetência do poder público para fazer cumprir a lei.
Quando uma organização enfrenta uma crise grave, como ocorre agora com a Petrobras, todos os holofotes parecem estar permanentemente voltados para ela. Mídia, concorrentes, fornecedores, delatores, empregados, inimigos, quem quer que seja, não lhe dão sossego. A empresa não sai das manchetes e todas as atividades passam pelo escrutínio público. Parece ser uma crise sem fim.