A medicina no Brasil em estado de crise
Pode ser apenas uma impressão. Ou uma percepção que acaba formando o que chamamos de reputação. Mas a quantidade de erros médicos em clínicas e hospitais; as queixas de pacientes que não conseguem atendimento no SUS ou pelo próprio plano de saúde para cirurgias; a série de denúncias contra profissionais que se passam por médicos, apenas porque fizeram um curso de curta duração e já saem clinicando; assédios e até estupros cometidos por profissionais da área, tudo isso mostra que a saúde no Brasil, particularmente em relação aos médicos, está bem doente.
Uma das controladoras da Samarco, mineradora que teve duas barragens de resíduos rompidas na última sexta-feira, a australiana BHP Billiton, que detém 50% do capital da joint venture, (os outros 50% são da brasileira Vale), já precificou o custo da crise com a tragédia de Mariana, apenas de seu lado: US$ 1 bilhão. Quem avaliou foram analistas do Deutsche Bank. Esse valor para a BHP seria a conta dos passivos de limpeza do meio ambiente, indenizações a parentes dos mortos e às pessoas atingidas pelo rompimento. Além de todo o prejuízo causado às cidades por onde os resíduos irão chegar.
Francisco Viana*
Foi uma atitude digna de O Globo desmentir um dos seus principais colunistas, Lauro Jardim, na primeira página. O jornal reconhece, na sua edição de domingo, dia 8, ser falsa a notícia divulgada como manchete de primeira página no dia 11 de outubro, “informando” que o lobista Fernando Baiano teria dado R$ 2 milhões para pagar contas de Lulinha, filho do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Reconhece que o nome de Lulinha não foi citado por Baiano, que apenas “disse que o também lobista e pecuarista José Carlos Bumlai é que pediu dinheiro alegando que seria para uma nora de Lula”. São coisas bastante diferentes, não?
A Mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e a australiana BHP, enfrenta uma crise grave, por dois componentes que por si só já são extremamente deletérios para qualquer empresa: acidente com vítimas fatais e risco de contaminação do meio ambiente. As primeiras ações foram lentas para uma empresa que lida com um negócio de alto risco. De positivo, o tempestivo pronunciamento do diretor-presidente, em vídeo, na tarde de ontem (5).
Por Francisco Viana*
A mídia, antes quase uma incógnita, agora é tema cotidiano do noticiário. Tornou-se lugar comum falar de uma crise sem precedentes que ceifa empregos, encolhe redações e não poupa grandes ícones da chamada grande imprensa. No Brasil, como em todo lugar, as raízes do problema, à primeira vista, parecem estar localizadas nos impactos das modernas tecnologias e, consequentemente, da rápida ascensão das mídias sociais.
Há uma semana, pelo menos 1,5 milhão de brasileiros estão enredados com a burocracia do governo para cumprir uma Lei que protege os empregados “domésticos”. Esses contribuintes querem cumprir a Lei e pagar corretamente os encargos, mas parece que a Receita Federal, apesar de apressadamente ter fixado a data de 6 de novembro como prazo fatal do pagamento, tropeçou em duas pragas que corroem o país: a burocracia e a falta de gestão.

Em alemão, essa palavra que se pronuncia "Zestmord", sem grandes dificuldades, significa "suicídio".
Ilustra a capa da edição de número 40, de 26/09/15, da tradicional revista alemã Der Spiegel, com as imagens de um enterro tradicional: homens vestidos a rigor, com chapéus negros e casacas bem talhadas, carregam o morto, um carro da Volkswagen, como que anunciando que a marca está sendo enterrada. Motivo: o escândalo de fraude em testes de emissão de poluentes, nos EUA.