Problemas de gestão e ações judiciais lideraram as crises em 2024
Problemas de gestão lideraram as crises corporativas de 2024, no mundo, diz o Relatório Anual de crises do Institute for Crisis Management-ICM, dos Estados Unidos, liberado há duas semanas. Essas crises representaram 21,48% de todos os registros constantes na mídia no ano passado, que, segundo o Relatório, chegaram a 1 milhão 134 mil casos. Segundo o documento, “Esta categoria voltou com força total no relatório deste ano, um número não visto desde 2018". Durante os anos de pandemia de 2020 a 2023, os erros de gestão não apareciam com alta incidência no levantamento anual do ICM, disfarçados ou minimizados pela gravidade dos efeitos da Covid-19. Um dos motivos pelo qual esse índice caiu na pandemia foi porque o ICM considerou a tragédia ocasionada pelo vírus da Covid-19 como ‘catástrofe’, o que elevou sensivelmente o percentual dessa crise. Neste ano, o Instituto desconsiderou classificar os casos de HIV na categoria anterior.”
Não bastassem as crises que há quase dois anos persistem no País, a cada dia somos surpreendidos pelos fantasmas que saem dos armários das delações. Após o vendaval da Petrobras, agora temos o tsunami Odebrecht. Cerca de 77 executivos da empresa firmaram acordo de delação premiada, ainda não homologado. Não por patriotismo, certamente. Mas, primeiro, para tentar salvar a própria pele. E, depois, talvez o emprego. Tudo com o respaldo da Polícia Federal e do Ministério Público.
A cada depoimento vazado, o país se surpreende com os nomes envolvidos e as acusações, todas invariavelmente ligadas a polpudos valores repassados ilegalmente. Se fossem legais, não deveriam nem aparecer numa delação. O mais incrível nisso são os argumentos utilizados no direito de resposta de todos os citados, quando procurados pela mídia. Segue um padrão, assoprado pelos advogados, pela falta de criatividade e inconsistência. Um “repudia com veemência”, outro “não houve caixa dois nem entrega em dinheiro”; ainda outro “a acusação é mentirosa”. Quando não, o citado “negou ter recebido qualquer quantia”.
*Francisco Viana
Aproxima-se o dia da posse dos prefeitos eleitos em 2016. O País deu forte guinada ao centro-direita, mas os novos prefeitos terão de governar para o povo e resolver os problemas sociais, seja qual for a coloração política ou o credo ideológico. Emprego, saúde, transporte, saneamento, escolas, investimento e liderança política, são pautas comuns a todos.
A equipe de futebol do Internacional de Porto Alegre vai decidir o futuro neste domingo, na última rodada do Brasileirão, precisando ganhar o último jogo e torcer por uma combinação de resultados para não cair pela primeira vez para a série B. A crise do Inter no terreno do futebol, se já não fosse pequena, foi inflada nos últimos dias por uma série de trapalhadas da diretoria e dos jogadores com declarações e atitudes que mereceram críticas da opinião pública e da crônica esportiva. Tudo começou quando o vice-presidente de futebol da equipe, em entrevista coletiva, ao lamentar a tragédia que envolveu a delegação da Chapecoense, na Colômbia, a associou à "tragédia particular" vivenciada pelo Colorado gaúcho. Para ele, o adiamento da última rodada do Brasileirão para o domingo seguinte seria prejudicial ao clube.
O Brasil tem uma nova Santa Maria. O trágico acidente com o avião da empresa LaMia, ocorrido na madrugada de 29 de novembro*, em Medellín, na Colômbia, que vitimou 71 pessoas, é a triste crônica da crise anunciada. Repete a sucessão de erros que estão por trás do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, que matou 242 jovens em janeiro de 2013: irresponsabilidade, desonestidade, ganância, falta de básicos princípios de gestão de riscos e de fiscalização. Em Medellín, morreram 19 membros do Chapecoense, entre o time titular, reservas, dirigentes e empregados. Além de 21 jornalistas, total de brasileiros mortos chegou a 64.
A prisão do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, se surpreendeu alguém, foi apenas os que não acompanhavam a carreira, os exibicionismos e o marketing pessoal desse político gestado e incensado na bolha populista de Lula. Ele conseguiu enganar os cariocas até 2013, quando caiu a ficha e sequer conseguia sair à rua.
Aylê-Salassié F. Quintão*
Jovens brasileiros mais bem preparados para o trabalho estão começando a deixar o Brasil. Os números vem se agravando de 2014 para cá. No ano passado foram 38 mil vistos para o Japão, 10 mil para o Canadá, 6.000 para a Suécia, 2.500 para os Estados Unidos, próximo de 1.000 para a Inglaterra. Só no Canadá já existem 50 mil brasileiros. Nos Estados Unidos perto de 1,4 milhão. São arquitetos, economistas, engenheiros, físicos, matemáticos e até mão de obra especializada na área industrial que desejam livrar-se do stress do cenário negativo que tomou conta do País. Querem poder alimentar novas esperanças. A motivação não vem, portanto, só do desemprego, que alcançou 14 milhões de trabalhadores.