Em crise existencial, universidades começam a enfrentar a ameaça do ChatGPT
O uso da IA – Inteligência Artificial na elaboração de trabalhos e pesquisas nas universidades é um tema que tem suscitado discussões e dúvidas no ambiente acadêmico e na gestão da educação. Ele coloca em xeque o modo de produção do material científico elaborado por alunos e professores, que pode ser produzido a partir de um robô, em questão de minutos. Como avaliar teses, dissertações ou projetos produzidos na era do ChatGPT? Como saber até onde o trabalho acadêmico tem o dedo do autor ou o clique do robô? O jornal britânico The Times, na edição de 24/05/25, aborda esse tema extremamente controverso, que já está na pauta de muitas universidades e centros de pesquisa em todo o mundo. O artigo provoca reflexão e um debate que em algum momento todas as instituições de ensino deverão fazer, inclusive no Brasil. Destacamos os principais tópicos do artigo.
Por Francisco Viana*
A mídia, antes quase uma incógnita, agora é tema cotidiano do noticiário. Tornou-se lugar comum falar de uma crise sem precedentes que ceifa empregos, encolhe redações e não poupa grandes ícones da chamada grande imprensa. No Brasil, como em todo lugar, as raízes do problema, à primeira vista, parecem estar localizadas nos impactos das modernas tecnologias e, consequentemente, da rápida ascensão das mídias sociais.
Há uma semana, pelo menos 1,5 milhão de brasileiros estão enredados com a burocracia do governo para cumprir uma Lei que protege os empregados “domésticos”. Esses contribuintes querem cumprir a Lei e pagar corretamente os encargos, mas parece que a Receita Federal, apesar de apressadamente ter fixado a data de 6 de novembro como prazo fatal do pagamento, tropeçou em duas pragas que corroem o país: a burocracia e a falta de gestão.

Em alemão, essa palavra que se pronuncia "Zestmord", sem grandes dificuldades, significa "suicídio".
Ilustra a capa da edição de número 40, de 26/09/15, da tradicional revista alemã Der Spiegel, com as imagens de um enterro tradicional: homens vestidos a rigor, com chapéus negros e casacas bem talhadas, carregam o morto, um carro da Volkswagen, como que anunciando que a marca está sendo enterrada. Motivo: o escândalo de fraude em testes de emissão de poluentes, nos EUA.
Apesar de todos os alertas e de quanto esse tema evoluiu nos últimos anos, as empresas brasileiras não estão preparadas para enfrentar crises. Grande parte das organizações acredita que nunca vai ter uma crise grave, que ameace o negócio ou a reputação. Envolvidas pela rotina diária, esquecem que as crises, como a morte e os impostos, são inevitáveis. Ou pelo menos são ameaças constantes aos valores da organização.
O empregado pode utilizar rede social ou se pronunciar de alguma outra forma para defender a empresa em que trabalha, sem que a resposta tenha sido endossada pelo empregador? Essa é uma boa polêmica. Ela veio à tona, quando em agosto último, o New York Times publicou um artigo “Inside Amazon: Wrestling Big Ideas in a Bruising Workplace” (Por dentro da Amazon: Grandes ideias de luta em um conturbado ambiente de trabalho) bastante polêmico. Nele, o NYT revela práticas pouco ortodoxas da gigante do comércio eletrônico Amazon, no trato com empregados.
“A publicação de desinformações tem afetado o bom funcionamento da democracia” e a crise do jornalismo “é uma crise do modelo de negócio do jornalismo. Mas não de todo o modelo de negócio, entre eles o da internet”. A declaração é do jornalista e repórter do jornal britânico The Guardian, Nick Davies*, responsável pela equipe que investigou os grampos ilegais do News of the World, jornal da News Corporation, que foi fechado em 2011, após um dos maiores escândalos da Grã-Bretanha, envolvendo diretores e jornalistas do poderoso conglomerado de mídia de Rupert Murdoch, a Scotland Yard e figuras próximas do governo.